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União Europeia recua: Nutri-score perde força como rotulagem nutricional oficial

  • Foto do escritor: Juliana Marona
    Juliana Marona
  • 21 de mar.
  • 2 min de leitura

Após anos de debates e resistência de alguns países, a Comissão Europeia (CE) não confirmou a adoção obrigatória do Nutri-score como sistema oficial de rotulagem nutricional nos 27 Estados-Membros. A decisão representa um recuo significativo em relação às ambições iniciais do bloco de padronizar a informação nutricional dos alimentos vendidos na União Europeia (UE).


O que é o Nutri-score e por que ele foi rejeitado?

O Nutri-score, introduzido pela França em 2017, é um sistema de rotulagem nutricional que classifica os alimentos com cores e letras, indo do verde (A – mais saudável) ao vermelho (E – menos saudável). O objetivo era fornecer uma referência rápida para os consumidores sobre a qualidade nutricional dos produtos. O sistema foi adotado voluntariamente por países como França, Bélgica, Alemanha, Luxemburgo, Holanda, Espanha, Suíça e Portugal, mas enfrentou forte oposição de outros Estados-Membros.

Um dos principais opositores foi a Itália, que argumentou que o Nutri-score discriminava alimentos tradicionais do país, como queijos e azeites, favorecendo produtos ultraprocessados com fórmulas ajustadas para se enquadrar melhor na pontuação do sistema. Em resposta, a Itália desenvolveu o NutrInform Battery, um modelo alternativo que apresenta informações sobre gorduras, açúcares e calorias sem atribuir uma nota classificatória.


Posição da Comissão Europeia

Durante uma coletiva de imprensa recente, a CE evitou confirmar se havia abandonado completamente os planos de tornar o Nutri-score obrigatório, mas também não reafirmou seu compromisso com a política. Segundo um porta-voz da Comissão, ainda há discussões em andamento com os Estados-Membros, mas as complexidades do sistema tornaram impossível alcançar um consenso.

A decisão representa um “alívio” para muitas empresas do setor alimentício, que estavam preocupadas com a obrigatoriedade do sistema, especialmente após mudanças no algoritmo do Nutri-score que impactaram negativamente a classificação de alguns produtos. Algumas empresas já começaram a remover voluntariamente o rótulo de seus produtos devido a essas inconsistências.


Impacto para consumidores e empresas

Embora a decisão da CE não tenha um impacto direto na saúde pública, já que outros sistemas de rotulagem continuarão disponíveis, especialistas apontam que a falta de um modelo unificado pode gerar confusão entre os consumidores. Além disso, a decisão levanta dúvidas sobre o futuro das políticas nutricionais na UE.

Cientistas independentes também destacaram que o Nutri-score apresentava limitações, especialmente em relação à sua eficácia na orientação do consumidor para escolhas mais saudáveis. Ainda assim, grupos de defesa da saúde, como a ONG Foodwatch, criticaram a falta de ação da CE e afirmaram que a decisão foi mais política do que baseada em evidências científicas.


O que esperar para o futuro?

A incerteza sobre o futuro da rotulagem nutricional na União Europeia continua. A especialista em legislação alimentar Katia Merten-Lentz acredita que a CE dificilmente encontrará uma alternativa que agrade a todos os 27 Estados-Membros, dado que o Nutri-score, mesmo amplamente utilizado e conhecido pelos consumidores, não conseguiu um consenso.

Enquanto isso, os países que já adotaram o Nutri-score poderão continuar a usá-lo voluntariamente, mas a ausência de um modelo unificado pode dificultar a harmonização das regras de rotulagem dentro do bloco. O debate sobre como tornar as informações nutricionais mais claras para os consumidores europeus está longe de acabar.

 

Fonte: Site Food Navigator.

 
 
 

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